SMART CITY – CIDADE INTELIGENTE

SMART CITY – CIDADE INTELIGENTE

Em 2020 a cidade de Nova York, lançou um programa piloto de cidade inteligente (Smart Cities) que instalou centenas de sensores inteligentes e tecnologias emergentes em diferentes bairros. A ideia é que a partir dos dados coletados, seja possível, a cidade gerenciar os seus serviços como coleta de resíduos com mais eficiência, além de substituir as cabines telefônicas por estações de carregamento online para promover e desenvolver a conectividade para a população. Existem ainda várias outras iniciativas tais como o desafio NYC, LinkNYC e Cyber NYC.

No mesmo caminho, a cidade de Cingapura também é considerada uma das cidades mais inteligentes do mundo. Com um alto número da população envelhecendo, o governo local está focando em tecnologias digitais e iniciativas para aumentar a produtividade na economia avançada do país. Acredita-se que até o final de 2022 as tecnologias inteligentes já estarão integradas em todas as residências. Atualmente a cidade possui todo o tráfego rodoviário gerenciado via computadores. Inúmeras câmeras ajudam a obter informações de trânsito em tempo real e informações de tráfego rodoviário e pedestres.

Aqui no Brasil a cidade mais bem colocada no ranking da Connected Smart Cities elaborado pela elaborado pela Urban Systems é a cidade de São Paulo. A cidade se sobressai na área de mobilidade e acessibilidade, principalmente pela diversidade de modais existentes, além de possuir 3 polos de tecnologia. Conectividade com uma banda larga com uma velocidade de 93Mbps e 99,8%Mbps na cobertura de 4G os outros fatores considerados foram: Agendamento on-line de consulta para rede pública, Centro de operações e controle na área de segurança, cadastro imobiliário informatizado, georreferenciado e disponibilizado aos cidadãos. A cidade é a primeira a implementar o bilhete de transporte com possibilidade de pagamento via PIX.

O que é Smart City ou Cidade Inteligente?

Estima-se que até 2030 a população mundial deverá ser de 8,5 bilhões e aumentar para 9,7 bilhões em 2050 e chegar em 11,2 bilhões em 2100. Metade da população vive em cidades atualmente. Muitas cidades estão experimentando um crescimento exponencial a medidas que as pessoas se locomovem das áreas rurais para as cidades em busca de melhores oportunidades, educação e empregos. Com essa migração populacional os serviços de infraestrutura das cidades são explorados até os limites em termos de escala, ambiente e segurança. Portanto para conseguir comportar esses crescimentos as cidades buscam soluções inovadoras que serão cruciais para aumentar a produtividade, eficiência operacional e reduzir custos de gestão.

Smart City

O termo Smart Cities ou Cidades Inteligentes não tem uma definição consensual e não é uma terminologia técnica, mas sim um conceito, existem muitas definições para cidade inteligente de organizações de desenvolvimento padrão, trabalhos de pesquisa e também empresas privadas

Para a IBM smart cities são cidades que fazem o uso otimizado de todas as informações interconectadas disponíveis hoje para melhor compreender e controlar suas operações e otimizar o uso de recursos limitados.

A Cisco define como cidades que adotam soluções escaláveis e utilizam a tecnologia da informação e comunicação (TIC) para aumentar a eficiência, reduzir custos e melhorar a qualidade de vida da população.

O departamento de negócios, Inovação e habilidades britânico (BIS) considera as cidades inteligentes um processo e não um resultado estático, no qual maior envolvimento dos cidadãos, infraestrutura sólida, capital social e tecnologias digitais tornar as cidades mais habitáveis, resilientes e mais capazes de responder aos desafios.

A comissão europeia e seus pesquisadores definem como um lugar onde as redes e serviços tradicionais se tornam mais eficientes como o uso de soluções digitais em benefícios de sua população e empresas.

Portanto, podemos abranger que uma cidade inteligente é aquela que pode ir além do uso de tecnologias digitais e outros meios tecnológicos para melhorar a qualidade de vida, a eficiência das operações e serviços urbanos e a competitividade, ao mesmo tempo em que atende aos requisitos econômicos, sociais, ambientais e necessidades culturais das gerações atuais e futuras. Devem possuir capacidade para criar infraestrutura de mobilidade urbana, infraestrutura pública, segurança pública e políticas de inclusão social. Além disso, deve possuir uma gestão sábia e mais interativa e responsiva pelos governos locais para a atender às necessidades da sua população e engajar a sua população para criar um ambiente urbano com capacidade de promover crescimento econômico, produtividade, inovação e sustentabilidade.

Os Benefícios de uma Cidade Inteligente

As cidades inteligentes colocam dados e tecnologia digital para trabalhar a seu favor e com o objetivo de entregar melhor qualidade de vida para sua população. Dados mais abrangentes e em tempo real fornecem capacidades para uma  gestão entender os padrões de uma determinada demanda e conseguir responder com soluções rápidas e de baixo custo. Dentro das cidades inteligentes podemos ter:

Melhor Qualidade de Vida

Atualmente temos como um dos principais objetivos como seres humanos alcançar uma qualidade de vida melhor. A qualidade de vida não mede apenas um aspecto da vida urbana – desde o tempo de deslocamento, trânsito e até segurança – esse conceito pode se estender desde serviços públicos como fornecimento de energia, transporte e conectividade com a internet até sistemas de infraestrutura como parques, estradas e moradias.

Serviços de Transporte

Uma cidade inteligente tem o potencial de melhorar os serviços de transporte em toda uma cidade. A gestão de tráfego, capacidade de rastrear transporte públicos, sinalização digital sincronizada, interoperabilidade móvel e até a diminuição de poluição do ar melhorando dramaticamente a qualidade de vida de seus moradores.

Segurança

Uma cidade inteligente tem o potencial de melhorar os serviços de transporte em toda uma cidade. A gestão de tráfego, capacidade de rastrear transporte públicos, sinalização digital sincronizada, interoperabilidade móvel e até a diminuição de poluição do ar melhorando dramaticamente a qualidade de vida de seus moradores.

Saúde

A saúde é uma parte fundamental da saúde pública urbana. De acordo com as Nações Unidas a população que vivem nas áreas urbanas deve aumentar em até 68% até 2050. As tecnologias de cidades inteligentes podem oferecer soluções concretas para abordar proativamente emergências de saúde imediatas e estratégias de longo prazo. Nesse sentido, os procedimentos de resposta a emergências podem ser simplificados: sensores na paisagem urbana podem detectar eventos como acidentes de carro e enviar imediatamente os serviços de emergência  apropriados.

Um exemplo que pode ser citado é o “Smart City Data Hub”, uma ferramenta para analisar dados urbanos, foi usado por investigadores epidemiológicos para traçar caminhos de transmissão da COVID-19, obtendo e confirmando dados sobre casos de Corona vírus e pessoas com quem eles entraram em contato – um processo demorado que foi simplificado usando esta ferramenta de plataforma única. Em uma semana, os casos confirmados caíram de 900 para cerca de 90 por dia, sem a implementação de bloqueios ou auto-isolamento.

Consumo de energia otimizado

Com o auxílio de sensores e aplicativos para cidades inteligentes, será permitido que os moradores monitorem seu uso de energia elétrica e que seja recomendados maneiras de economizar energia. Um bom exemplo é no Japão, a oeste de Tóquio, a Fujisawa Sustainable Smart Town conecta 1.000 casas em uma rede inteligente movida a energia solar, dando ao bairro a capacidade de funcionar fora da rede por até três dias. A cidade relata 70% menos emissão de carbono e um retorno de 30% de energia de volta à rede.

Proteção contra desastres naturais

Sensores inteligentes podem auxiliar os moradores das cidades a se protegerem de terremotos, furacões, inundações e incêndios antes e depois desses eventos, e em alguns casos, evitar completamente uma tragédia para a cidade. Um exemplo é a cidade de Buenos Aires na Argentina que possui um sistema que informar uma central de controle sobre bueiros e esgotos que estão entupidos antes de uma grande tempestade. No Japão esses sensores conseguem detectar e informar para as cidades se um terremoto ou tsunami está prestes a acontecer.

Lazer e Cultura

É fácil considerar as atividades culturais e recreativas como medidas “subjetivas” da vida na cidade. Entretanto as atividades de lazer e cultura são comparativamente mensuráveis, especialmente quando falamos de coleta de dados correta. Portanto, a tecnologia de cidade inteligente tem um potencial de gerar um calendário de eventos totalmente integrado, dessa forma, à medida que os turistas se envolvem com o transporte público, hotéis, restaurantes e atrações, eles geram trilhas de dados que as cidades inteligentes podem capturar e seguir. A análise cuidadosa de dados permite que as cidades inteligentes movam melhor os turistas pela cidade, melhorem o acesso a atrações populares e forneçam informações constantemente atualizadas sobre pacotes disponíveis ou serviços auxiliares. Um bom exemplo é a iniciativa piloto do Departamento de Parques de Nova York mede o uso de pedestres em um parque do Bronx, para avaliar se as mudanças de programação e infraestrutura estão tendo um impacto positivo. Performances, festivais, museus e música são cruciais para a QV, e melhores dados podem ajudar as cidades a melhorar esses eventos.

Oportunidades de desenvolvimento econômico

O investimento em cidades inteligentes pode atrair muitos investidores, desenvolver uma infraestrutura econômica, melhorar a competividade regional e global atraindo novos moradores, melhorar os negócios já estabelecidos na cidade, além da geração de emprego e renda para a cidade. Porém, para que isso aconteça é necessário identificar sua competência central, vantagens comparativas e analisar o potencial de geração de atividades econômicas.

 

Meios que facilitam o desenvolvimento de uma cidade inteligente

Tecnologias limpas

Existe a necessidade de promover o uso de tecnologias limpas que aproveitem materiais e fontes de energia renováveis e tenham uma pegada ambiental menor. Nas cidades inteligentes, os edifícios, os transportes e as infraestruturas devem ser energeticamente eficientes e ambientalmente favoráveis.

 Inovação e tecnologia

O uso da Tecnologia da informação e comunicação deve ser a essência e obrigação para o desenvolvimento de cidades inteligentes e para a garantia de troca de informações e comunicação de maneira rápida e eficaz. A maioria dos serviços precisará ser habilitada pela tecnológica e, portanto, uma infraestrutura robusta dever ser criada e gerenciada. O uso de tecnologias como 5G devem facilitar a implementação das cidades inteligentes.

Participação do Setor Privado

A parceria público-privada (PPP) permite que o Governo aproveite a capacidade de inovação do setor privado. Esse maior envolvimento do setor privado na prestação de serviços é outro instrumento, pois permite níveis mais elevados de eficiência, como um dos principais motivos de contar com o setor privado.

Participação da sociedade

A participação da sociedade e essencial para o desenvolvimento das cidades inteligentes, além de ser um sistema transparente e democrático. A participação da sociedade auxiliará a avaliar os diferentes tipos de serviços a serem priorizados atendendo as necessidades daquela cidade.

Governança Inteligente

A governança passa a ser primordial dentro de uma cidade inteligente tanto na administração pública ou privada. Essa governança tem a responsabilidade de conectar diversos departamentos e negócios dentro da cidade, além de exigir rigorosos acordos de nível de serviço com os prestadores de serviços e prestar conta para a sociedade.

Conheça as 20 cidades mais inteligentes do mundo
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Considerações finais

As cidades inteligentes contribuem para a sustentabilidade, crescimento econômico e social, e aumenta a qualidade de vida dos seus moradores. Graças aos avanços tecnológicos e análise de dados é cada vez mais possível que cidades se tornem inteligentes de uma forma rápida e com baixo custo. Pesquisas apontam que pessoas que vivem nas cidades mais inteligentes do mundo estão classificadas entre as mais felizes do planeta. Isso acontece pelo comprometimento com a vida cotidiana e uma vida mais sustentável que retorna para a sociedade e governos locais.

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Sobre o Autor

Alexandre Bastos é mestre em Administração de Empresas pela FGV, pós-graduado em Gestão da Inovação e Direito Digital pela FIA, pós-graduado em International Business pela BSP, MBA Executivo e pós-graduado em Gestão de Projetos pela Escola de Negócios do IMT, graduado em Sistemas de Informação na FIAP. Possui experiência de 22 anos na área de Tecnologia, atualmente trabalha com inovação e consultoria para empresas nacionais e internacionais, além de se dedicar a novos negócios e investimentos.